Por Paulinho Cunha – Brasília / Washington - Crédito Imagens: Foto Reprodução
A divulgação de mais de 20 mil páginas de documentos ligados ao financista norte-americano Jeffrey Epstein reacendeu dúvidas sobre a extensão de sua rede global de contatos e abriu espaço para questionamentos inesperados no Brasil. Entre os arquivos liberados esta semana por um comitê do Congresso dos Estados Unidos aparecem referências diretas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mencionadas em e-mails atribuídos ao próprio Epstein.

Os documentos, publicados oficialmente no site da Câmara norte-americana, fazem parte de um pacote investigativo que inicialmente mirava possíveis vínculos entre Epstein e Donald Trump, mas que acabou revelando trocas de mensagens envolvendo personalidades internacionais, intelectuais, empresários e políticos de diferentes países.
E-mail sugere telefonema envolvendo Lula e Chomsky
Um dos trechos que mais chamaram atenção data de 21 de setembro de 2018. Em uma mensagem curta, Epstein escreve:
“Chomsky me ligou com o Lula. Da prisão. Que mundo.”
A referência coincide com o período em que o linguista e filósofo Noam Chomsky visitou Lula na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O texto, porém, não explica o contexto da suposta ligação, nem esclarece se Epstein teria falado diretamente com o então ex-presidente, informação que não encontra confirmação independente.
Dois minutos após essa mensagem, o financista envia outro e-mail:
“Tell him my guy will win in the first round.”
(“Diga a ele que meu cara vai vencer no primeiro turno.”)
O destinatário não está identificado, e não há indicação clara de que o comentário tenha relação com o e-mail anterior, embora ambos apareçam na mesma sequência de mensagens.
Outra mensagem menciona Lula, Bolsonaro e um contato brasileiro
Em fevereiro de 2019, outro e-mail atribuído a Epstein volta a citar o nome de Lula, desta vez em uma conversa que parece envolver terceiros não identificados. O texto menciona uma “esposa brasileira”, recomenda cautela ao falar de Jair Bolsonaro e diz que “eles são amigos do Lula”.
“Sim, ele gostaria disso. A esposa dele é brasileira, então vá com calma em relação a Bolsonaro. Eles são amigos do Lula. (…) Vou conectar vocês por e-mail para que possam se comunicar diretamente.”
O teor da mensagem sugere algum tipo de articulação social ou política envolvendo figuras brasileiras, mas não há elementos suficientes para determinar quem era o interlocutor, quem seria a pessoa “com esposa brasileira”, nem se alguma conexão chegou a ser estabelecida.
Documentos ainda estão sendo analisados
Os e-mails fazem parte de um conjunto maior composto por:
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registros do espólio de Epstein,
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documentos obtidos por intimações judiciais (subpoenas),
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material do Departamento de Justiça dos EUA,
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diários, listas de contatos, agendas e anotações variadas.
Especialistas afirmam que a interpretação desses documentos exige análise cautelosa, já que muitos trechos são fragmentados, fora de contexto e sem identificação clara de remetentes, destinatários ou propósito das conversas.
Apesar disso, o fato de Epstein citar Lula ainda que de maneira indireta, desperta preocupação e levanta questões sobre a amplitude dos círculos de influência do financista, condenado por exploração sexual de menores e encontrado morto em uma cela federal em agosto de 2019.
Governo nega ligação
Questionada, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) negou de forma categórica qualquer relação entre Lula e Epstein:
“A citada ligação telefônica nunca aconteceu.”
A Presidência não comentou as demais menções presentes nos documentos norte-americanos.
Questões em aberto
A presença do nome de Lula nos arquivos de Epstein não comprova vínculo direto, tampouco indica relação política ou pessoal entre ambos. Porém, as citações existem, aparecem nos documentos oficiais e levantam questionamentos que ainda dependem de investigação mais profunda.
Entre os pontos que seguem sem resposta:
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Qual era o contexto da menção a Chomsky e Lula no e-mail de 2018?
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A quem Epstein se referia ao comentar eleições brasileiras?
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Quem eram os contatos “com esposa brasileira” mencionados em 2019?
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Havia algum interesse de Epstein em assuntos políticos do Brasil?
Com mais de 50 mil documentos ainda em análise, novas informações podem surgir nas próximas semanas e especialistas acreditam que o cruzamento dos dados deve trazer novas peças para esse quebra-cabeça internacional.
Quem foi Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein foi uma das figuras mais controversas e obscuras do cenário internacional, um financista bilionário, socialite conectado a políticos, acadêmicos, celebridades e magnatas ao redor do mundo, e ao mesmo tempo o responsável por uma das maiores redes de exploração sexual de menores já investigadas nos EUA.
🔹 1. Financiador e investidor de alto nível
Epstein era um financista que circulava entre bilionários, cientistas, políticos e celebridades.
Ele administrava fortunas e fundos privados, operando principalmente por meio da empresa J. Epstein & Co.
Era amigo ou conhecido de nomes como:
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Bill Clinton
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Donald Trump
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Príncipe Andrew (família real britânica)
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Bill Gates
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inúmeros cientistas, reitores e intelectuais mundo afora
Sua rede de contatos incluía líderes globais, professores de Harvard, bilionários da tecnologia e personalidades culturais.
🔹 2. Dono de uma ilha — literalmente
Epstein possuía a chamada “Pedophile Island” (nome dado pela imprensa), oficialmente Little St. James, no Caribe.
Lá funcionava o centro de parte dos abusos cometidos contra menores.
🔹 3. Foi acusado de manter uma rede internacional de exploração sexual
As investigações revelaram que Epstein:
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Alistava meninas menores de idade
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Pagava “recrutadoras” para atrair novas vítimas
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Criou um esquema de tráfico sexual envolvendo diversas propriedades
Isso tudo com a proteção de:
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contatos políticos
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acordos judiciais duvidosos
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muito dinheiro
A primeira denúncia grande ocorreu em 2005, mas ele só seria preso novamente em 2019.
🔹 4. Prisão e morte misteriosa
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Julho/2019: Epstein foi preso por tráfico sexual federal de menores.
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Agosto/2019: Foi encontrado morto na cela, oficialmente declarado como suicídio.
Mas até hoje:
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câmeras falharam,
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guardas “adormeceram”,
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laudos são inconsistentes,
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o corpo tinha marcas compatíveis com estrangulamento.
Isso alimenta teorias de:
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queima de arquivo,
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silenciamento,
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disputas internas de poder,
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versões alternativas sobre a causa da morte.
🔹 5. Documentos divulgados recentemente
O espólio de Epstein contém:
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e-mails
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listas de contatos
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agendas
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diários
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registros de visita
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transmissões internas
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depoimentos de vítimas e funcionários
Parte desses documentos foi liberada recentemente pelo Congresso dos EUA, gerando novas revelações — incluindo menções a figuras internacionais, como Lula, Chomsky, líderes europeus e empresários globais.
Em resumo:
Epstein foi um financista bilionário, extremamente conectado, envolvido em um dos maiores escândalos de tráfico sexual de menores da história moderna.
O que o torna ainda mais polêmico é que seus contatos incluem pessoas poderosas do mundo todo — e os novos documentos estão revelando muito mais do que se sabia.
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