Em meio à explosão do glam metal dos anos 1980, uma banda da Pensilvânia surgiu para se destacar não apenas pelos cabelos altos e roupas extravagantes, mas por trazer à cena um som com raízes mais profundas, carregadas de blues e autenticidade. Esta é a história da Cinderella, uma das bandas mais subestimadas e, ao mesmo tempo, mais respeitadas do hard rock oitentista.
🥁 As Origens
Fundada em 1983 por Tom Keifer (vocalista e guitarrista) e Eric Brittingham (baixista), a Cinderella nasceu em Clifton Heights, nos arredores de Filadélfia. A formação clássica se completou com o guitarrista Jeff LaBar e o baterista Fred Coury, consolidando uma química explosiva que os levaria ao estrelato nos anos seguintes.
💿 Estreia com o Pé Direito: Night Songs (1986)
Apadrinhada por Jon Bon Jovi, a banda conseguiu contrato com a Mercury Records e lançou seu álbum de estreia, Night Songs, em 1986. O disco rapidamente se tornou um sucesso estrondoso, alcançando a marca de três milhões de cópias vendidas apenas nos Estados Unidos.
Canções como “Nobody’s Fool”, “Shake Me” e a faixa-título capturaram o espírito do glam metal da época, com riffs poderosos, vocais rasgados e videoclipes icônicos rodando exaustivamente na MTV. A turnê mundial ao lado de bandas como Bon Jovi e Poison consolidou seu nome na cena.
🎹 Evolução e Maturidade: Long Cold Winter (1988)
Diferente de outras bandas do gênero que mantinham a mesma fórmula, a Cinderella decidiu evoluir musicalmente. Em Long Cold Winter, seu segundo álbum, a banda mergulhou em influências mais profundas de blues rock, com destaque para músicas como “Gypsy Road”, “Coming Home” e a emocionante “Don’t Know What You Got (Till It’s Gone)”, uma das grandes baladas do rock daquela década.
O álbum também vendeu milhões de cópias e mostrou que Tom Keifer não era apenas um símbolo visual da época, mas também um compositor e músico respeitável.
🎻 O Som Fica Mais Cru: Heartbreak Station (1990)
O terceiro disco, Heartbreak Station, lançado em 1990, seguiu o caminho mais roots iniciado no álbum anterior. O visual da banda mudou, o som ficou mais cru, mais orgânico, praticamente um rock sulista com atitude de banda de arena. A faixa título e “The More Things Change” ilustram bem essa transição.
Embora ainda tenha vendido bem, o disco não repetiu o impacto comercial dos anteriores, reflexo da iminente transformação no cenário musical dos anos 90.
😔 Obstáculos e Queda
O início da década de 90 foi desafiador para o Cinderella. Tom Keifer sofreu sérios problemas nas cordas vocais, passando por diversas cirurgias e ficando anos sem conseguir cantar. Isso atrasou o lançamento do quarto disco, Still Climbing (1994), que chegou tardiamente, com pouco impacto e sem o apoio midiático necessário, afinal, o mundo estava dominado por Nirvana, Pearl Jam e o movimento grunge.
🔄 Tentativas de Retorno
Apesar do baque, a banda nunca se deu por vencida. A partir de 1996, Cinderella passou a se reunir esporadicamente para turnês nostálgicas, participando de festivais como o Monsters of Rock e abrindo shows para grandes nomes. Porém, nunca mais lançaram um novo álbum de estúdio.
As tensões internas, agravadas por problemas de vício (especialmente com Jeff LaBar), impediram um retorno consistente. Em entrevistas, Tom Keifer deixou claro: "A banda acabou. Sem ressentimentos, mas acabou."
🕯️ Triste Final
Em 2021, os fãs foram abalados com a notícia da morte do guitarrista Jeff LaBar, aos 58 anos. Poucos dias depois, o ex-tecladista Gary Corbett também faleceu, vítima de câncer. Esses eventos selaram, de vez, o fim das esperanças de uma volta oficial.
🎶 Legado
Mesmo com apenas quatro álbuns de estúdio, a Cinderella deixou um legado marcante. Vendendo mais de 15 milhões de discos no mundo, a banda ajudou a moldar a estética e a sonoridade do hard rock dos anos 80, mas teve a coragem de se reinventar com raízes no blues, o que os torna únicos no meio glam.
O vocal marcante de Keifer, suas letras introspectivas e os solos expressivos de LaBar continuam sendo reverenciados por uma legião de fãs. Cinderella pode não ter tido a mesma longevidade de outras bandas da época, mas certamente escreveu seu nome com força no livro do rock and roll.
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Banda de Rock Cinderella